Inovação e Arte nos Negócios
Neste livro, o artista, empresário e escritor Eric Wahl dá
suas dicas sobre como deixar aflorar a criatividade, a ainda traz exemplos de
como invenções apareceram e de como pessoas comuns criaram coisas famosas pelo mundo.
“o mundo não é nada além de uma tela para nossa imaginação”
– Henry David Thoreau
Na apresentação, o autor conta sua trajetória ao
autoconhecimento, de como passou de uma pessoa lógica e com ações confortáveis
e previsíveis para uma busca mais intensa do seu próprio eu, da utilização de
seus talentos enterrados e a valorização de seus propósitos de vida.
“toda mudança é precedida por uma crise” – Soren Kierkegaard
Na primeira parte, a toada é sobre como a infância é livre
de regras e como as crianças são extremamente criativas e cheias de vontade de explorar o mundo, e
como isso faz delas grandes criadoras, de novas brincadeiras, de novos lugares,
do que elas quiserem.
“Toda criança é um artista. O problema é continuar a ser
artista depois que crescer.” – Pablo Picasso
A liberdade de um ambiente sem julgamentos e sem regras
estimula a criatividade. Foi em momentos de estímulo à liberdade que o Google
por exemplo, criou vários de seus famosos produtos, como : Gmail, Google Earth,
Labs, e o carro-chefe AdSense.
Da mesma forma, a 3M,
desde o período pós guerra resolveu permitir que os funcionários utilizassem
até 15% de seu tempo explorando a imaginação. A empresa queria se destacar na
América do pós-guerra exatamente quebrando um pouco a rigidez que imperava no
cenário corporativo da época. Foi nesses
15% que o lendário Post-it foi criado por Art Fry.
Certa vez, Einstein se perguntou como fora capaz de
desenvolver a teoria da relatividade, e ele explicou que acreditava que um
adulto normal jamais se deteria a refletir problemas de tempo e espaço, pois
são coisas que pensamos quando somos crianças. Mas como o desenvolvimento
intelectual dele foi retardado, ele começou a pensar no assunto já maior, e
claro, com mais profundidade também.
Alguns pontos são trazidos pelos exemplos do autor para a
continuidade da liberdade criativa:
1)
O mistério agrega significado – quando há
curiosidade, a pessoa se mantém envolvida e arrebatada em sua busca.
2)
A ignorância leva a grandes descobertas – este é
o pior dos males do conhecimento: quando sabemos muito, frequentemente fica
mais difícil encontrar novas soluções para velhos problemas ou novas formas de
abordar relacionamentos, sistemas ou hierarquias enraizados. O conhecimento
muitas vezes é o maior obstáculo para a criatividade quando se trata de
resolver problemas porque a idéia de abrir mão desse conhecimento em favor de
uma ‘lousa em branco’ parece absurda.
3)
Valorizar a espontaneidade do agora. O mais
tarde pode ser nunca... no livro “Earning Serendipity”, o autor Glenn Llopis
cita pessoas que foram premiadas pela sua espontaneidade.
Isaac Newton viu mais que uma maçã caindo
da árvore, ele enxergou a expansão da teoria da gravidade.
Uma mola de torsão caiu da bancada e o
oficial da Marinha Richard James enxergou mais que uma simples mola, ele
enxergou o brinquedo mola maluca.
Um componente de borracha espirrou em um
tênis e um químico enxergou algo mais que uma mancha teimosa: Patsy Sherman enxergou o produto
impermeabilizador de tecidos e dá proteção contra manchas.
Uma cultura de bactérias foi deixada
esquecida em um laboratório e um cientista enxergou mais que um equipamento mofado: Alexander
Fleming enxergou a penicilina. Aproveitar o momento de exploração tornou
possível essas e outras tantas criações.
Na parte dois, o autor fala sobre o que ainda permanece e
quem somos agora, cita ainda falas de personalidades como Walt Disney e Leon
Tolstoy, e lança o desafio: Você terá ousadia? Jamais pare de fazer
explorações. Em 2005 Daniel Pink escreveu: “o futuro pertence a um tipo muito
diferente de pessoa, com um tipo diferente de mentalidade”. Segundo ele, a era
do predomínio do hemisfério esquerdo do cérebro e a era da informação que
engendrou está dando lugar a um novo mundo no qual habilidades criativas e
holísticas, comandadas pelo lado direito do cérebro, representam a linha
divisória dos que estão na vanguarda. Claro que o ponto ótimo é a combinação
equilibrada entre os dois lados do cérebro, e isso o autor continuará
explorando no próximo tópico.
A parte três é dedicada ao “como”, quem você pode vir a
ser...
“A lealdade a uma opinião imutável nunca rompeu uma corrente
ou libertou a alma humana – e jamais o fará”. – Mark Twain
·
Ser
provocador – provocar a si mesmo e aos outros para encontrar uma solução, e
não ficar inerte esperando que ela surja por mera casualidade. “não existe
paixão nas metas tímidas”. – Nelson Mandela.
Em uma lista onde CEOs da IBM identificaram
atitudes de líderes criativos, entre elas: acolher inovações revolucionárias;
lidar bem com a ambigüidade e tentar criar novos modelos de negócios; ser
suficientemente corajoso para tomar decisões que mudem o status quo; e inventar novos modelos de negócios com base em
pressupostos completamente diferentes.
Para ser provocador é necessário: sair de
sua bolha, aprender a viver com um pouco de desconforto, pedir perdão, não
permissão, começar pequeno (pense no efeito borboleta).
·
Ser
intuitivo - “as grandes idéias são
geradas no inconsciente. Isso é válido para as artes, as ciências e a
publicidade. Mas seu inconsciente precisa estar bem informado, do contrário
suas idéias serão irrelevantes. Forneça a seu consciente um grande volume de
informações e deixe aflorar seu processo de raciocínio”. – David Ogilvy.
Como ser intuitivo? A intuição e o
intelecto não estão em campos opostos, pelo contrário, eles devem trabalhar
juntos se quisermos alcançar nosso
potencial criativo. Para ser intuitivo: saiba o que existe sob a superfície,
flexibilize seu processo, torne as descobertas tão valiosas quanto os dados,
mantenha a autocrítica, transforme as conversas em seu campo de testes, e
permaneça receptivo à intuição.
·
Ser
convincente – seja coerente com suas convicções, seja um catalisador:
colabore, agregue os que estão ao seu redor, seja solidário. O maior poder da
convicção é este: agregar.
·
Ser
acelerado – “se o ritmo das mudanças externas for mais rápido que o ritmo
das mudanças internas, é sinal de que o fim está próximo.” – Jack Welch. Ser acelerado é viver em tempo real, interagir
com o mundo no momento em que as coisas estão acontecendo. Mas, o progresso não
exige perfeição: no geral achamos
difícil acelerar o ritmo quando estiver diante de desafios ou oportunidades que
exigem maior rapidez. Todavia, para manter-se em um ritmo acelerado, a dica do
autor é: aperfeiçoar seus recursos, não se deixar impressionar e manter o
otimismo. Acelere para incrementar a inovação.
·
Ser
espontâneo - o caminho para criar maiores possibilidades é a estratégia
aliada á espontaneidade. Para isso: transforme o medo em aliado, e deixe espaço
para interrupções, de forma que você consiga enxergar se aparecer um caminho
melhor.
·
Ser
desprendido – “aquele que dá o que não pode guardar para ficar com o que
não pode perder nada tem de tolo.” – Jim Elliot. Sua melhor inspiração para
inivar... é você! Para ser desprendido é necessário abrir mão: do
reconhecimento, dos rótulos, do agora, dos resultados finais, e render-se à
criatividade.
·
Ser
original – “cada um de nós tem uma vocação ou missão específica na vida...
Assim, ninguém pode ser substituído, e nem pode a vida de alguém ser
reproduzida. Portanto, a tarefa de cada um é tão única quanto a oportunidade de
vivê-la.” – Viktor Frankl. Cada um de nós somos únicos, com uma combinação de
experiências e vivências que nos faz ser quem somos. Ser original é caminhar de
acordo com seu ritmo, trabalhar com ousadia e liberdade, e ter aliados também
faz parte do processo.
·
Ser Picasso!
–
P rovocador
I ntuitivo
C onvicto
A
celerado
e S pontâneo
de S prendido
O
riginal
Disse Descartes: “penso, logo existo”.
Eric Wahl: “Repenso, logo, crio”. Como
próximos passos o autor deixa um link para acessar seu website: www.theartofvision.com
Procure também por “Eric Wahl artista” no
Google para ver algumas de suas telas ;)
Wahl, Erik. A lógica do pensamento criativo: inovação e arte nos negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 190 pag.
Por S|A