quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Highlights de Leitura | A lógica do pensamento criativo

Inovação e Arte nos Negócios

Neste livro, o artista, empresário e escritor Eric Wahl dá suas dicas sobre como deixar aflorar a criatividade, a ainda traz exemplos de como invenções apareceram e de como pessoas comuns criaram coisas famosas  pelo mundo.

“o mundo não é nada além de uma tela para nossa imaginação” – Henry David Thoreau

Na apresentação, o autor conta sua trajetória ao autoconhecimento, de como passou de uma pessoa lógica e com ações confortáveis e previsíveis para uma busca mais intensa do seu próprio eu, da utilização de seus talentos enterrados e a valorização de seus propósitos de vida.

“toda mudança é precedida por uma crise” – Soren Kierkegaard

Na primeira parte, a toada é sobre como a infância é livre de regras e como as crianças são extremamente criativas  e cheias de vontade de explorar o mundo, e como isso faz delas grandes criadoras, de novas brincadeiras, de novos lugares, do que elas quiserem.

“Toda criança é um artista. O problema é continuar a ser artista depois que crescer.” – Pablo Picasso

A liberdade de um ambiente sem julgamentos e sem regras estimula a criatividade. Foi em momentos de estímulo à liberdade que o Google por exemplo, criou vários de seus famosos produtos, como : Gmail, Google Earth, Labs, e o carro-chefe AdSense.

Da mesma forma,  a 3M, desde o período pós guerra resolveu permitir que os funcionários utilizassem até 15% de seu tempo explorando a imaginação. A empresa queria se destacar na América do pós-guerra exatamente quebrando um pouco a rigidez que imperava no cenário corporativo da época.  Foi nesses 15% que o lendário Post-it foi criado por Art Fry.

Certa vez, Einstein se perguntou como fora capaz de desenvolver a teoria da relatividade, e ele explicou que acreditava que um adulto normal jamais se deteria a refletir problemas de tempo e espaço, pois são coisas que pensamos quando somos crianças. Mas como o desenvolvimento intelectual dele foi retardado, ele começou a pensar no assunto já maior, e claro, com mais profundidade também.

Alguns pontos são trazidos pelos exemplos do autor para a continuidade da liberdade criativa:

1)      O mistério agrega significado – quando há curiosidade, a pessoa se mantém envolvida e arrebatada em sua busca.

2)      A ignorância leva a grandes descobertas – este é o pior dos males do conhecimento: quando sabemos muito, frequentemente fica mais difícil encontrar novas soluções para velhos problemas ou novas formas de abordar relacionamentos, sistemas ou hierarquias enraizados. O conhecimento muitas vezes é o maior obstáculo para a criatividade quando se trata de resolver problemas porque a idéia de abrir mão desse conhecimento em favor de uma ‘lousa em branco’ parece absurda.

3)      Valorizar a espontaneidade do agora. O mais tarde pode ser nunca... no livro “Earning Serendipity”, o autor Glenn Llopis cita pessoas que foram premiadas pela sua espontaneidade.

Isaac Newton viu mais que uma maçã caindo da árvore, ele enxergou a expansão da teoria da gravidade.

Uma mola de torsão caiu da bancada e o oficial da Marinha Richard James enxergou mais que uma simples mola, ele enxergou o brinquedo mola maluca.

Um componente de borracha espirrou em um tênis e um químico enxergou algo mais que uma mancha teimosa:  Patsy Sherman enxergou o produto impermeabilizador de tecidos e dá proteção contra manchas.

Uma cultura de bactérias foi deixada esquecida em um laboratório e um cientista enxergou  mais que um equipamento mofado: Alexander Fleming enxergou a penicilina. Aproveitar o momento de exploração tornou possível essas e outras tantas criações.

 

Na parte dois, o autor fala sobre o que ainda permanece e quem somos agora, cita ainda falas de personalidades como Walt Disney e Leon Tolstoy, e lança o desafio: Você terá ousadia? Jamais pare de fazer explorações. Em 2005 Daniel Pink escreveu: “o futuro pertence a um tipo muito diferente de pessoa, com um tipo diferente de mentalidade”. Segundo ele, a era do predomínio do hemisfério esquerdo do cérebro e a era da informação que engendrou está dando lugar a um novo mundo no qual habilidades criativas e holísticas, comandadas pelo lado direito do cérebro, representam a linha divisória dos que estão na vanguarda. Claro que o ponto ótimo é a combinação equilibrada entre os dois lados do cérebro, e isso o autor continuará explorando no próximo tópico.

A parte três é dedicada ao “como”, quem você pode vir a ser...

“A lealdade a uma opinião imutável nunca rompeu uma corrente ou libertou a alma humana – e jamais o fará”. – Mark Twain

·         Ser provocador – provocar a si mesmo e aos outros para encontrar uma solução, e não ficar inerte esperando que ela surja por mera casualidade. “não existe paixão nas metas tímidas”. – Nelson Mandela.

Em uma lista onde CEOs da IBM identificaram atitudes de líderes criativos, entre elas: acolher inovações revolucionárias; lidar bem com a ambigüidade e tentar criar novos modelos de negócios; ser suficientemente corajoso para tomar decisões que mudem o status quo; e inventar novos modelos de negócios com base em pressupostos completamente diferentes.

Para ser provocador é necessário: sair de sua bolha, aprender a viver com um pouco de desconforto, pedir perdão, não permissão, começar pequeno (pense no efeito borboleta).

·         Ser intuitivo -  “as grandes idéias são geradas no inconsciente. Isso é válido para as artes, as ciências e a publicidade. Mas seu inconsciente precisa estar bem informado, do contrário suas idéias serão irrelevantes. Forneça a seu consciente um grande volume de informações e deixe aflorar seu processo de raciocínio”. – David Ogilvy.

Como ser intuitivo? A intuição e o intelecto não estão em campos opostos, pelo contrário, eles devem trabalhar juntos  se quisermos alcançar nosso potencial criativo. Para ser intuitivo: saiba o que existe sob a superfície, flexibilize seu processo, torne as descobertas tão valiosas quanto os dados, mantenha a autocrítica, transforme as conversas em seu campo de testes, e permaneça receptivo à intuição.

·         Ser convincente – seja coerente com suas convicções, seja um catalisador: colabore, agregue os que estão ao seu redor, seja solidário. O maior poder da convicção é este: agregar.

·         Ser acelerado – “se o ritmo das mudanças externas for mais rápido que o ritmo das mudanças internas, é sinal de que o fim está próximo.” – Jack Welch.  Ser acelerado é viver em tempo real, interagir com o mundo no momento em que as coisas estão acontecendo. Mas, o progresso não exige perfeição:  no geral achamos difícil acelerar o ritmo quando estiver diante de desafios ou oportunidades que exigem maior rapidez. Todavia, para manter-se em um ritmo acelerado, a dica do autor é: aperfeiçoar seus recursos, não se deixar impressionar e manter o otimismo. Acelere para incrementar a inovação.

·         Ser espontâneo - o caminho para criar maiores possibilidades é a estratégia aliada á espontaneidade. Para isso: transforme o medo em aliado, e deixe espaço para interrupções, de forma que você consiga enxergar se aparecer um caminho melhor.

·         Ser desprendido – “aquele que dá o que não pode guardar para ficar com o que não pode perder nada tem de tolo.” – Jim Elliot. Sua melhor inspiração para inivar... é você! Para ser desprendido é necessário abrir mão: do reconhecimento, dos rótulos, do agora, dos resultados finais, e render-se à criatividade.

·         Ser original – “cada um de nós tem uma vocação ou missão específica na vida... Assim, ninguém pode ser substituído, e nem pode a vida de alguém ser reproduzida. Portanto, a tarefa de cada um é tão única quanto a oportunidade de vivê-la.” – Viktor Frankl. Cada um de nós somos únicos, com uma combinação de experiências e vivências que nos faz ser quem somos. Ser original é caminhar de acordo com seu ritmo, trabalhar com ousadia e liberdade, e ter aliados também faz parte do processo.

·         Ser Picasso! –


                    P rovocador

                    I ntuitivo

                    C onvicto

                    A celerado

                          e S pontâneo

                        de S prendido

                             O riginal


Disse Descartes: “penso, logo existo”.

Eric Wahl: “Repenso, logo, crio”. Como próximos passos o autor deixa um link para acessar  seu website: www.theartofvision.com

Procure também por “Eric Wahl artista” no Google para ver algumas de suas telas ;)


Wahl, Erik. A lógica do pensamento criativo: inovação e arte nos negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 190 pag.

Por S|A

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