domingo, 24 de maio de 2020

Highlights Livro | "A Quarta Revolução Industrial"


O livro "A Quarta Revolução Industrial", de Klaus Schwab, é estruturado em três capítulos e apêndice, sendo apresentado 1) o contexto histórico das revoluções e a mudança sistemática; 2) megatendências impulsionadoras da quarta revolução industrial e os pontos de inflexão; 3) impactos na sociedade e no indivíduo, bem como na economia e nos negócios de forma global e local; e no apêndice são apresentadas 23 mudanças profundas na visão do autor.


L
 
Apresentação: Enfrentamos atualmente grande diversidade de desafios, entre os mais intensos está o entendimento da nova revolução tecnológica, que implica na transformação de toda a humanidade, no modo de vida, de trabalho e as relações. Inteligência artificial, robótica, processamento de gigantes quantidades de dados para obtenção de informações, impressão 3D, nanotecnologia e biotecnologia, são algumas só para iniciar. Muitas destas tecnologias ainda estão em seu início, mas já se amplificam juntando-se umas as outras, fundindo mundo físico, digital e biológico de maneiras complexas. As mudanças são profundas, e para Schwab seus resultados podem ser potencialmente promissores ou perigosos. Sua preocupação é que “os tomadores de decisão costumam ser levados pelo pensamento tradicional linear (e sem ruptura) ou costumam estar absorvidos por preocupações imediatas; e portanto, não conseguem pensar de forma estratégica sobre as forças de ruptura e inovação que moldam nosso futuro.” 

Três aspectos sustentam a convicção de Schwab da ocorrência da quarta revolução:
Velocidade
Evolução em ritmo exponencial, e não mais linear como as anteriores;
Amplitude e Profundidade
Interconexão de várias tecnologias, altera não só o ‘que’ ou ‘como’ fazemos as coisas, mas também  ‘quem’ somos;
Impacto Sistêmico
Envolve a transformação de sistemas inteiros entre países e dentro deles, em empresas, indústrias e toda a sociedade.
SCHWAB, 2016. Adaptado p.13.

Principais objetivos do autor: a) gerar conscientização sobre a abrangência e a velocidade da revolução tecnológica e de seu impacto multifacetado; b) criar uma estrutura para pensar sobre as principais questões sobre a revolução tecnológica; e c) oferecer uma plataforma que inspire a cooperação público-privada e as parcerias em questões relacionadas à revolução tecnológica.


No primeiro capítulo o autor fala sobre o Contexto histórico e Mudanças da Quarta Revolução Industrial. ‘Revolução’ define mudanças abruptas e radicais, a humanidade passou pelas seguintes:
- Revolução Agrícola:  ocorreu há cerca de 10.000 anos, quando não mais foi necessário o nomadismo pela capacidade de plantar e pela domesticação de animais. Surgem as comunidades, que aumentam até se tornarem cidades.
- Primeira Revolução Industrial: Ocorreu entre cerca de 1760 e 1840, marcada pela transição da força muscular para a energia mecânica, pelas construções de ferrovias e invenção da máquina a vapor.
- Segunda Revolução Industrial: iniciada no fim do séc. XIX, pelo advento da eletricidade e da linha de montagem possibilitou a produção em massa.
- Terceira Revolução Industrial: inicia na década de 1960, também chamada de revolução digital, impulsionada pela computação em mainframe (1960), computação pessoal (1970 e 1980) e pela internet (1990).
·         As tecnologias digitais não são novas, mas estão causando rupturas em relação à terceira revolução industrial por estarem mais sofisticadas, integradas e com maior potencial de transformação, não só na área da tecnologia, mas também em fatores biológicos, como o sequenciamento genético.
·         Importante ressaltar que essas transformações não chegaram a toda a população ao mesmo tempo, algumas sociedades só se beneficiaram de certas descobertas até um século depois do início de sua utilização, mas o movimento que se percebe é que, na revolução causada pela internet por exemplo, essa velocidade foi bem maior, em menos de uma década ela já tinha se difundido pelo planeta (apesar de seu uso não ser disponível à totalidade das comunidades).
·         Na visão do autor, a Quarta Revolução Industrial tem potencial para ser tão impactante quanto as anteriores, mas ele ressalta sua preocupação com a visão e a compreensão das lideranças sobre as mudanças em curso, uma vez que é necessário repensar os sistemas econômicos, sociais e políticos praticados até então.
A escala, a velocidade e o escopo das mudanças em curso explicam porque as rupturas e as inovações atuais são mais significativas. Plataformas como Airbnb, Uber e Alibaba, que em poucos anos mudaram toda uma lógica de negócios em seus mercados. A digitalização valorou marcas, em relação a negócios tradicionais, e em geral funcionam empregando menos mão de obra. Outro exemplo: criação de empresas estilo WhatsApp, que não exigiu muito financiamento para iniciar, mudando o papel do capital e a escala dos negócios no contexto da quarta revolução industrial.
Além da velocidade e da amplitude de escala, há também o fator interdependência e interconexão entre diferentes tecnologias. Exemplos: fabricação digital interagindo com o mundo biológico, engenharia e materiais e biologia sintética para criar sistemas que envolvem interação com microorganismos, nossos corpos, produtos que consumimos.
Schwab cita pesquisas de Brynjolfsson e McAfee (2014) sobre habilidades computacionais e utilização de IA – Inteligência Artificial em progressos que já aconteceram e em situações que ainda estão por vir. Um dos exemplos: assistentes virtuais que operam por IA ativada por voz, sendo a Siri da Apple sua pioneira.
Para além dos benefícios, há também grandes desafios gerados por este novo cenário: particularmente, a amplificação da desigualdade. Somos consumidores e produtores, e as facilidades melhoram em geral a produtividade das pessoas. Mas muitos que depende do próprio trabalho se desiludem neste contexto. “a consequência do efeito plataforma é a concentração de poucas plataformas poderosas que dominam seus mercados, oferecem boas opções e preços para seus consumidores, emparelham vendedores e consumidores e conseguem ganhar em escala crescente.
·     Questão colocada: “Quando ocorrerá a ruptura, quanto irá demorar e como ela afetará a mim e a minha organização?” (p.21).


Na sequência, os Impulsionadores e Megatendências:
Através de pesquisas realizadas pelo Fórum Econômico Mundial e suas agendas, o autor separa algumas tecnologias e megatendências que impulsionarão a Quarta Revolução Industrial.

As megatendências foram divididas em três categorias:
Categorias
Breve definição
Exemplos
Física
São de natureza tangível
Veículos autônomos e drones, Impressão 3D, Robótica avançada, novos materiais (ex.: grafeno, PHTs,...).
Digital
Ponte de conexão entre o físico e o digital, como a IoT – ou Internet das Coisas.
Um smartphone ou tablet por exemplo conectado à internet, transmitindo e recebendo informações da rede de internet. Um material que recebe um sensor de radiofrequência para ser rastreado em seu trajeto.  Blockchain – tecnologia segura e colaborativa. Possibilitou o surgimento do Bitcoin, ou das criptomoedas. Modelo de plataforma, como Uber, Airbnb, Alibaba, Facebook. (Característica das plataformas digitais: redução drástica dos custos de transação.
Biológica
Inovações no campo da biologia, e em particular, da genética.
Decodificação do genoma humano; biologia sintética, com impactos na medicina em tratamentos de doenças graves e na agricultura com biocombustíveis, engenharia genética (CRISPR/Cas9); edição biológica; fabricação 3D aliada à edição de genes para produção de tecidos – bioimpressão tridimensional.

Ainda há aspectos que evidenciam mais possibilidades de carreira e pesquisa em inovações incrementais em detrimento das mais inovadoras.
Pontos de Inflexão: Quando se fala dessas megatendências, apesar de parecerem abstratas, já estão dando origem a projetos e aplicações bem realistas.
Momentos de inflexão são exatamente os momentos em que as mudanças chegam à sociedade, e eles oferecem um contexto importante, pois sinalizam a aproximação de alterações significativas e indicam a melhor forma de estarmos preparados e respondermos a elas.

Destaque do capítulo três são os Impactos dessa revolução: na economia, na produtividade e nas competências. Ações do Governo, questões éticas e regulatórias; e nas reflexões finais: o autor nos leva à reflexão sobre a coletividade, e sobre a aplicação dos quatro tipos de inteligência, e como poderemos utilizar tudo isso para um ‘novo renascimento cultural’.



SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. World Economic Forum. São Paulo: Edipro. 2016.

Sobre o Autor:  Klaus Schwab é fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial. Possui graduação e Doutorado em Engenharia e Economia, e Mestrado em Administração Pública por Harvard. Nascido na Alemanha, atualmente vive na Suíça.


Resumo por S|A



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