terça-feira, 21 de maio de 2019

Acontece | Juros que Poupo $

Aconteceu na última semana no Insper em São Paulo o evento "Juros que Poupo: como fazer os juros serem mais baixos no Brasil", um debate da sociedade civil organizada sobre aspectos e propostas da FEBRABAN, do projeto porque.com.br - economês em bom português, e do INFI - Instituto FEBRABAN de Educação, além de insigths trazidos pelos participantes: Murilo Portugal (FEBRABAN), Ana Paula Vescovi (ex-Secretária Executiva Ministério da Fazenda), Marcos Lisboa (Insper), Bruno Giovannetti (FGV e Por Quê?).

Por motivos históricos muitas características no Brasil são, digamos assim, peculiares em relação a outros países do mundo quando consideramos os fatores de educação financeira, equilíbrio das finanças pessoais e uso das políticas de crédito pela população, combinação que acaba impactando na combinação final dos impactos na macroeconomia e com o aumento de juros no país.

Destaques da pauta:
- Bruno Giovannetti: abriu o evento apresentando o projeto porque.com.br, e falando sobre o 'alinhamento' da linguagem ferramental dos economistas para tentar comunicar melhor com quem não é economista. O projeto  está em um processo de melhora contínua ouvindo e falando com o público alvo, para levar informações relevantes para a sociedade.


- Ana Paula Vescoli: Falou sobre a composição da taxa de juros associada ao equilíbrio da economia, à inflação em equilíbrio e controlada, explorou brevemente a questão da dívida pública e dos recursos privados para auxiliar a manutenção do Governo ao longo do tempo. Trouxe também informações sobre reformas macroeconômicas e seus componentes - as metas de inflação, a estabilização da dívida pública, a interação sobre as expectativas de mercado e a taxa de juros real alta em relação a outros países do mundo, atrelados a políticas de governo 'despoupador', problemas com taxa de poupança baixa e componentes de incerteza social.
Falou sobre trabalhos de ganho de eficiência com fluxo de caixa e recursos em projetos com boa taxa de retorno marginal, pois mesmo com este cenário de incertezas tributárias o Brasil tem potencialmente muitas oportunidades de negócios. 
Ana Paula estacou também que:
- As reservas estão em um nível 'confortável', o que garante menos flutuação em relação ao câmbio, por haver liquidez.
- Ainda falta superávit primário das contas públicas, que é capaz de assegurar sustentação da dívida pública e sua solvência. Ainda precisamos melhorar a questão da ineficiência com os gastos, para realmente colocar o país para funcionar de uma forma mais racional.

- Marcos Lisboa: destaque para as falas sobre o spread de concessão de crédito não ser o grande gerador de lucro dos bancos, e sobre a questão da solidez do argumento utilizado e das diferenças de método que acabam por dificultar o diálogo. Um exemplo utilizado muito coerente: de que nem tudo que aparentemente segue a mesma lógica se correlaciona! aplicado ao ambiente da pesquisa, em especial em problemas grandes e complexos, onde existem N milhões de variáveis que desconhecemos. 



- Murilo Portugal: Falou sobre publicações da FEBRABAN, e trouxe informações como por exemplo o fato do cheque especial e cartão rotativo para pessoa física não estar entre os produtos mais ofertados, e que o spread é alto principalmente pelo custo da inadimplência, que acaba por elevar também os custos da intermediação financeira.
Logo, o 'custo Brasil' acaba por afetar outros setores da economia, inclusive os próprios bancos.

Finalizando a exposição e antes da abertura às perguntas e ao debate, a palavra voltou para o Bruno Giovannetti, que falou um pouco mais sobre a questão da educação financeira, a partir da teoria "financial literacy" em estudos publicados por Annamaria Lusardi, que com quatro perguntas base define analfabetismo financeiro.

As taxas do analfabetismo financeiro no mundo:
Países desenvolvidos - cerca de 30% da população
Mundo de forma geral - cerca de 70 % da população
no Brasil - este índice é de cerca de 66% da população, ou seja, 2/3 dos brasileiro tem maiores chances de cair em enrascadas financeiras e pagar mais juros em operações por não saberem conceitos  de educação financeira ou não se atentarem a eles.


Por: S|A

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